Pesquisa irá quantificar emissões e potencializar captura de CO2 e metano no Brasil

Programa Greenhouse Gases, do RCGI, abriga projetos que vão de processamento de dados de emissão de gases de efeito estufa ao desenvolvimento de novas tecnologias para contê-los.

Quanto de fato o Brasil emite de gases de efeito estufa (GEEs)? E quanto é capturado? Essas são as perguntas que o programa de pesquisa Greenhouse Gases (GHG) pretende responder. O GHG é um dos cinco programas do Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI), cujas pesquisas deverão ajudar o Brasil a retomar os compromissos assumidos no Acordo de Paris para conter o aumento da temperatura global. Sediado na USP, o centro é financiado pela Shell e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

Coordenado por Emílio Carlos Nelli Silva, professor da Escola Politécnica da USP, o GHG é dividido em três subprogramas: Controle de processo, monitoramento e integração de dados; Mitigação de emissão de gases de efeito estufa; e Processos de captura de CO2. Cada subprograma terá entre dois e três projetos, com cerca de 15 pesquisadores por projeto.

No primeiro subprograma, um dos principais projetos visa medir a emissão de CO2 na floresta amazônica, utilizando sensores, e fazer o processamento desses dados. “Para conseguir conter a emissão, primeiro precisamos quantificá-la e saber onde ela está localizada. O projeto também será importante para verificar se as técnicas de mitigação empregadas atualmente estão de fato funcionando”, diz Silva.

Créditos de carbono – Segundo o pesquisador Emílio Silva, uma das vantagens de quantificar exatamente a redução de emissão de CO2 em determinados processos é obter créditos de carbono mais precisos e confiáveis. Um crédito de carbono representa uma tonelada de carbono que deixou de ser emitida para a atmosfera. “Se uma empresa demonstra o quanto está reduzindo de emissão, isso é precificado e convertido em créditos de carbono, que podem ser negociados no mercado internacional”, explica.

Já o segundo grupo irá focar no desenvolvimento de novas tecnologias para reduzir a emissão de GEEs em determinados processos. Um dos projetos busca criar juntas de vedação de labirinto inteligentes para conter o vazamento de gás em máquinas pneumáticas. Essas máquinas usam ar comprimido para obter energia e pode ocorrer vazamento de CO2 e metano. “As juntas disponíveis atualmente não são capazes de conter totalmente o gás. Esse vazamento é considerado pequeno, mas se pensarmos que existem milhares dessas máquinas no mundo, nós temos um vazamento considerável de gases de efeito estufa”.

Em outro projeto, o objetivo dos pesquisadores será aumentar a eficiência da combustão de metano em motores, evitando assim a sua emissão na atmosfera. Uma das estratégias, segundo Silva, é utilizar partículas de metal para conduzir o oxigênio para a câmara de combustão do motor.

O terceiro subprograma, sobre captura de CO2, envolve a utilização de processos para separar o CO2 de misturas gasosas. Um dos projetos procura otimizar um sistema baseado em adsorção para capturar CO2 em larga escala resultante da queima de biomassa. Em outro projeto a captura de CO2 é estudada utilizando os chamados “Deep Eutectic Solvents (DES)” e membranas baseadas em materiais nanoestruturados.

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