Autismo tem cura?

Novas pesquisas e tratamentos a respeito do autismo serão abordados em live junto ao neurocientista Alysson Muotri

Não se sabe ao certo o número de autistas que temos no Brasil. Segundo dados do CDC (Center of Deseases Control and Prevention), órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, existe hoje um caso de autismo a cada 110 pessoas. Dessa forma, estima-se que o Brasil, com seus 200 milhões de habitantes, possua cerca de 2 milhões de autistas. São mais de 300 mil ocorrências só no Estado de São Paulo. Contudo, apesar de numerosos, os milhões de brasileiros autistas ainda sofrem para encontrar tratamento adequado.

Esses números passam a ser mais desconhecidos ainda quando falamos da Síndrome do X Frágil, uma condição genética correlata ao autismo. Como a Síndrome do X Frágil apresenta muitos sintomas e sinais diferenciados, acaba dificultando a definição do quadro clínico de pessoas acometidas por ela. Por essa razão, muitos são diagnosticados com Autismo, TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção / Hiperatividade), Síndrome de Asperger entre outros. A Síndrome do X Frágil é uma condição hereditária que causa deficiência intelectual de graus variáveis e pode ter sinais comportamentais importantes, muitas vezes dentro do espectro do transtorno autista. “Hoje sabemos que em torno de 40 a 60% dos pacientes com X Frágil também são autistas. Nesses casos, normalmente são pessoas com quadro clínico mais acentuado”, explica Luz María Romero, gestora do Instituto Lico Kaesemodel. Para trabalhar com a orientação das famílias que possuem casos semelhantes, estudar mais a respeito da Síndrome do X Frágil e principalmente conscientizar a classe médica e as famílias da importância de um diagnóstico precoce, foi criado o Projeto Eu Digo X, dentro do Instituto Lico Kaesemodel.

Para falar a respeito do diagnóstico do Autismo e também da Síndrome do X Frágil, bem como os tratamentos existentes e uma possível cura para essas condições, o Instituto Lico Kaesemodel, realiza na próxima sexta-feira (24), às 20h, uma live via Instagram (@projetoeudigox), com o neurocientista brasileiro, e pesquisador da Universidade da Califórnia em San Diego (EUA), Alysson Muotri. Entre os assuntos que serão abordados, está o recente estudo, onde o pesquisador está recrutando crianças elegíveis entre sete e quatorze anos para ensaio clínico de Fase III para determinar se o canabidiol (CBD) reduz problemas graves de comportamento em crianças com transtorno do espectro autista (TEA). Segunto Muotri, esse é o primeiro ensaio clínico prospectivo para testar a eficácia do CBD em autistas severos. “Todos os participantes terão seus organoides cerebrais e genéticos estudados no laboratório da Califórnia”, explica.

Para o Instituto Lico Kaesemodel a possibilidade de realizar uma live com o Dr. Alysson Muotri é uma grande oportunidade de aprendizado, não apenas para os profissionais que atuam no Projeto Eu Digo X, mas principalmente para as mais de 900 famílias cadastradas no Instituto e que buscam informações, estudos e dados para entender um pouco mais do universo que vivem diariamente. “É uma grande oportunidade dos familiares e profissionais conhecerem experiências e conhecerem a respeito dos estudos que estão em andamento no mundo”, salienta Luz María.

A live que acontecerá na próxima sexta-feira (24), não necessita de inscrição e será gratuita pelo instagram do Projeto Eu Digo X (@projetoeudigox). Para os interessados em realizar perguntas ao Dr. Alysson Muotri, o Instituto Lico Kaesemodel solicita que as dúvidas sejam enviadas para o email contato@institutolk.org.br  que serão respondidas durante a live, ou posteriormente por email.