Bradesco é o banco que mais faturou durante a pandemia

Entenda como e porquê o Bradesco se tornou o maior banco privado do Brasil durante a pandemia, superando o Itaú após mais de 10 anos e mantendo o crescimento em 2021.

O setor da economia foi o principal atingido com a crise causada pelo Covid-19. Mesmo após um ano do início dos casos e da pandemia que parou o mundo inteiro, a economia de maneira geral ainda não voltou ao normal e o nível de crescimento ainda está longe do de 2019.

Somando o novo coronavírus a outros fatores que influenciam diretamente na saúde econômica dos países, é certo dizer que alguns lugares se encontram em uma situação melhor que outros, principalmente se observarmos a maneira como cada governo lidou com a doença e se preparou para enfrentá-la.

Dentro do setor econômico, podemos destacar a atuação de alguns tipos de instituições durante a pandemia, tal qual alguns bancos e também algumas fintechs previdência privada. Aqui no Brasil, por exemplo, o banco que mais cresceu em 2020 foi o Bradesco, superando o Itaú Unibanco, até então o maior banco privado do país.

As duas instituições disputam o título e, mesmo durante a crise econômica causada pela pandemia, o Bradesco conseguiu superar seu maior rival.

Segundo pesquisa realizada por uma empresa de dados financeiros, a Economatica, o Bradesco fechou o quarto trimestre de 2020 com um lucro líquido de R$ 6,801 bilhões.

A pesquisa feita contou com os dados de 582 empresas de diferentes setores e levou em conta o lucro contábil. Vamos entender abaixo um pouco desse crescimento.

Disputa entre gigantes

Desde a fusão que deu origem ao Itaú Unibanco em 2008, a instituição vem sendo o maior banco privado do país.

Somente agora, em 2020 e no meio da pandemia causada pelo novo coronavírus, que o Bradesco conseguiu superar o primeiro lugar com números históricos.

Ainda de acordo com o levantamento realizado pela Economatica, os números que o Bradesco apresentou durante a pandemia superaram em R$ 1,413 bilhões milhões o lucro líquido obtido pelo Itaú Unibanco. A instituição que ficou em segundo lugar teve um ganho de R$ 5,388 bilhões no mesmo período.

Ao compararmos a taxa de lucro líquido recorrente, o Bradesco também superou o antigo maior banco do Brasil. Enquanto o primeiro registrou um ganho de R$ 19,458 bilhões, o Itaú Unibanco apresentou um lucro líquido recorrente de R$ 18,536 bilhões.

Por que o Bradesco cresceu tanto?

O que mais impressiona no crescimento do Bradesco não são os números, mas sim o momento e o ano em que tal lucro foi obtido. Diante de uma situação difícil para o mundo inteiro, o banco brasileiro surpreendeu a todos superando o Itaú Unibanco.

Para entender melhor essa mudança ocorrida no cenário do nosso país, é preciso olhar para dentro da instituição.

Apesar dos dois bancos terem apresentado uma carteira de crédito com volumes semelhantes, os ganhos do Bradesco se concentraram na diminuição dos custos operacionais.

Diminuição dos custos operacionais

Mesmo com a carteira de crédito do Bradesco ter atingido R$ 687 bilhões, relativamente pouco acima dos R$ 652,2 bilhões do Itaú Unibanco, a redução de 5,3% em custos operacionais, quando comparado com o mesmo período de 2019, foi o que deu o primeiro lugar ao Bradesco.

A diferença não pode ser ignorada: a redução de custos de apenas 1,4% do Itaú não teve chances.

Volume de provisões para devedores duvidosos

Além de diminuir os custos operacionais, o Bradesco também saiu na frente por conta do volume de provisões para devedores duvidosos. Enquanto o primeiro lugar deixou reservado R$ 45,3 bilhões para 2020, o Itaú gastou bem mais, chegando a R$ 52,1 bilhões.

Dessa forma, é possível notar que a carteira de crédito do Itaú Unibanco é pequena comparada à do Bradesco. A principal disparidade entre as duas, é que a do Itaú é mais focada em micro e pequenos empreendedores e pessoas físicas de maior risco.

Aumento do número de correntistas

Além dos fatores anteriores, também devemos destacar que o aumento do número de correntistas do Bradesco teve papel importante no ano de 2020. Em 2019, o número total era de 2,1 milhões de pessoas, enquanto que no ano seguinte saltou para 31,3 milhões.

O aumento expressivo do número de correntistas se deve ao fato do banco ter conquistado a folha de pagamentos de grandes empresas, à abertura de novas contas através do Next (banco digital do Bradesco) e também ao crescimento do Bradesco Expresso, que atua junto a outros correspondentes bancários. Assim, é possível perceber que, mesmo durante a pandemia em 2020, o Bradesco se preparou para atingir o patamar de maior banco privado do país. Seguindo planos e diretrizes bem definidas, a instituição conseguiu alcançar ótimos números.