Como desenvolver a flexibilidade cognitiva no trabalho?

Andrea Iorio, ex-diretor do Tinder no Brasil, palestrante e escritor, trouxe o aplicativo ao Brasil e é fonte para falar sobre temas como liderança e transformação digital Profissionais brilhantes são aqueles que apresentam a predisposição de manter na mente múltiplas ideias e pontos de vista diametralmente distintos, sem entrar em pânico ao ter que decidir entre uma alternativa e outra. São capazes de produzir uma solução original que sintetiza e combina o melhor dessas várias linhas de pensamento. As tomadas de decisões não precisam ser do tipo “isto ou aquilo”.

Essas pessoas geralmente têm a habilidade de combiná-los de uma maneira inédita. Essa capacidade de criar ou usar diferentes conjuntos de regras para combinar ou agrupar as coisas de diferentes maneiras está diretamente associada à flexibilidade cognitiva.

Andrea Iorio, ex-diretor do Tinder e responsável por trazer o aplicativo ao Brasil, explica em cinco passos quais as principais características do profissional com flexibilidade cognitiva:

1. Ir além do conhecimento: Quando você consegue transitar de um conhecimento para outro – como, por exemplo, da área criativa do seu cérebro para a área mais racional – você terá mais chances de entender a complexidade das coisas e propor soluções mais assertivas. Ou seja, não vicie seu cérebro em conhecimento apenas, mas treine ele a se adaptar a diferentes situações. Afinal, do que adianta ter conhecimento, se não temos a habilidade de adaptá-lo e fazer uso dele em diferentes situações?

2. Ser superior à tecnologia: A flexibilidade cognitiva se torna a verdadeira vantagem competitiva do ser humano nesse cenário de transformação digital. Especialistas apontam que será mais difícil as máquinas substituírem tarefas não rotineiras que exijam o uso simultâneo de um amplo leque de habilidades e o enfrentamento de situações imprevistas. Para Ray Kurzweil, futurista e diretor de engenharia do Google, chegaremos à Singularity em 2045, ou seja, o momento em que, devido aos avanços da tecnologia, teremos máquinas mais inteligentes que pessoas. E é para este momento que precisamos nos preparar.

3. Aceitar erros: Saber falhar é uma oportunidade de melhorar e segue o lema “Try fast, fail faster”: teste rápido e falhe mais rápido ainda. Errando o quanto antes, você e o seu time irão aprender mais cedo também. No entanto, é necessário entender que todo erro deve ser uma oportunidade de melhoria, e não uma sessão de apontamentos de dedo.

4. Ter metas claras: Na perspectiva da liderança compartilhada proposta pela cultura ágil, ter metas é essencial para a existência da agilidade. É por meio delas que muito aprendizado acontece, desde que sejam claras e objetivas. A empresa se organiza por elas – é assim que se espera que o time vá aprender a se auto-organizar, se planejar e, principalmente, aprender a errar.

5. Ter liberdade para expressar ideias: Times com flexibilidade cognitiva expressam opiniões e desacordos com maior franqueza. A discussão das ideias, mesmo que contrárias, são sempre bem-vindas – o conflito aqui não é visto como carga negativa. A empresa não se preocupa com quem é o “mais inteligente” ou a “aprovação da ideia”, mas sim com decisões sensatas. Liderança que forma times com flexibilidade cognitiva, por sua vez, não castiga quem discorda de suas opiniões, e sim entende o que levou a essa discordância. Estimula que o indivíduo tenha espaço para expressar suas críticas, suas ideias.

Sobre Andrea Iorio: O escritor e palestrante é graduado em Economia pela Universidade Bocconi, em Milão (Itália) com Mestrado em Relações Internacionais pela Universidade Johns Hopkins, em Washington (EUA). Seu nome é hoje uma das maiores referências nacionais em transformação digital, liderança e potencialização de novos negócios no Brasil, fincando sua expertise entre os principais palestrantes da atualidade. Sua trajetória profissional inclui grandes posições e experiências, Iorio já atuou como diretor do Tinder na América Latina por 5 anos, e como Chief Digital Officer na L’Oréal no Brasil. Autor de “6 competências para surfar na Transformação Digital” e “O Futuro não é mais como antigamente”.

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Redação
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