Como escolher um cursinho online para estudar em 2024?

 

Entrar em uma boa universidade é o sonho de muitos jovens que estão prestes a concluir o ensino médio. Porém, para alcançar este objetivo, eles precisam encarar um grande desafio: o vestibular. As provas das instituições de ensino superior são exigentes e, por isso, é necessário dedicar tempo para se preparar. 

Nesse processo, os estudantes podem optar por cursinhos preparatórios online. A alternativa tem se mostrado cada vez mais atrativa por conta da flexibilidade e da economia que pode proporcionar. No entanto, a escolha requer atenção e critério. 

Antes de definir qual curso à distância irá realizar, é preciso conhecer a oferta disponível e analisar qual opção corresponde às necessidades e aos objetivos do estudante, considerando não apenas a esfera do conhecimento, mas também a emocional e a motivacional.

A professora de psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Manoela Ziebell de Oliveira, explica que o momento é difícil para os alunos do ensino médio, que estão se despedindo da experiência que tiveram e começando uma nova trajetória. Isso pode causar ansiedade, que é prejudicial para a realização das provas. 

“Pode fazer com que os estudantes percam alguma informação importante em um enunciado de uma questão. A ansiedade excessiva também pode prejudicar os alunos e as alunas antes da prova, por exemplo, porque pode afetar o sono e a alimentação. Tudo isso vai tirando energia”, destacou Manoela em entrevista à imprensa. 

Por que é importante fazer cursinho? 

Pesquisa conduzida pelo Instituto Semesp revelou que 80% dos jovens brasileiros têm a intenção de ingressar no ensino superior em 2024. A principal motivação é a perspectiva de conseguir um emprego na área desejada, citada por 40% dos entrevistados. 

Mas para realizar este sonho, é necessário atingir as notas mínimas do Enem (SISU). Por isso, a matrícula no cursinho pré-vestibular é recomendada. Afinal, o ensino é focado neste exame e em outros vestibulares, o que contribui para um estudo direcionado.

Para o estudante Gabriel Barboza, que pretende cursar engenharia mecânica, o curso preparatório representa uma vantagem significativa. “É um diferencial enorme. A gente tem que saber fazer uma prova de Enem, e o professor ensina macetes”, conta em entrevista à imprensa. 

Além disso, Gabriel também avalia a realização de simulados como outro ponto benéfico. Esse tipo de prova reproduz o modelo e a aplicação dos exames do Enem e dos vestibulares. Dessa forma, o estudante pode testar os conhecimentos, identificar dificuldades, gerenciar o tempo e controlar a ansiedade.

Como escolher a melhor opção? 

Há diversas opções de cursos preparatórios online. Para fazer uma boa escolha, é necessário levar em conta critérios como custo-benefício, reputação, aprovações e didática.

Um bom curso online deve oferecer uma preparação completa e de qualidade. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o Enem avalia as competências e as habilidades dos estudantes em quatro áreas do conhecimento: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; e Ciências Humanas e suas Tecnologias. 

Cada área é composta por 45 questões objetivas, que abordam os conteúdos previstos na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) do Ensino Médio. Portanto, para escolher um bom curso online, é aconselhável verificar se a grade curricular está alinhada com o que cai na prova do Enem, ou seja, se abrange os conteúdos e as habilidades exigidos pelo MEC. 

Além disso, é importante observar se o curso fornece alguma orientação vocacional para o estudante. Cursos de Psicologia e Ciência da Computação, por exemplo, pertencem às áreas de Saúde e Exatas, respectivamente, a tendência é que os alunos de cada uma das graduações apresentem perfis e habilidades diferentes. 

O teste vocacional pode orientar o estudante na fase pré-vestibular a identificar qual é a área ou a graduação mais compatível com seu perfil e interesses futuros.

Instituições de ensino superior têm vagas ociosas

O Censo do Ensino Superior, realizado pelo MEC, apresentou o cenário recente do ensino superior no Brasil. Em 2022, havia cerca de 23 milhões de vagas disponíveis, mas apenas 4,7 milhões foram preenchidas. Nas instituições privadas, mais de 80% estavam ociosas, enquanto nas públicas, a taxa de vagas não preenchidas chegava a quase 40%.

O diretor do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), Carlos Moreno, informou, durante entrevista à imprensa, que nem mesmo as vagas dos cursos de medicina da rede pública, que costumam ser bastante concorridos, foram preenchidas na totalidade. 

Nesse contexto, o ensino à distância pode contribuir para reverter a situação. O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que  72% dos novos alunos preferem a modalidade. 

“O ensino à distância é importante para facilitar a vida de muita gente. O que nós vamos fazer é avaliar a qualidade do produto que está sendo apresentado, ofertado para esses alunos”, assegurou.