CONSELHO COBRA NOMEAÇÃO DO NOVO GESTOR DO PARQUE DA COSTA DO SOL

Maior parque segmentado do Brasil, com cerca de um milhão de metros quadrados, o Parque Estadual da Costa do Sol (PECS) está sem comando desde 16 de junho, quando foi publicada a exoneração do chefe Marcelo Morel. Um gigante, criado em abril de 2011, o PECS protege ecossistemas (lagoas, restingas, praias, dunas, sambaquis e florestas) de seis municípios: Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Arraial do Cabo, Cabo Frio e Búzios.

A falta de comando levou o Conselho Consultivo do PECS a cobrar, através de uma carta, a nomeação de um novo chefe “que consiga resolver os muitos problemas existentes”. A nomeação do novo gestor também abrange a escolha da direção das Unidas de Proteção Ambiental (APAs), vinculadas ao parque. O documento foi encaminhado ao gerente de Unidades de Conservação do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), Andrei Veiga.

— Os conselheiros consideram importante que o novo gestor tenha conhecimento básico sobre manejo e conservação de recursos naturais, legislação e políticas ambientais. Fundamental que tenha experiência em gestão de unidades de conservação e conheça o PECS, seus conflitos e desafios, além de estar preparado para trabalhar em parceria com o Conselho Consultivo nos planos setoriais, essenciais na efetivação do parque – apelou o secretário-executivo do Conselho, Roberto Noronha.

Em resposta, Andrei Veiga admitiu a importância das reivindicações do Conselho para continuidade da gestão no parque, “tão importante para a conservação do bioma Mata Atlântica da região”, mas alegou que até o momento não foi escolhido o sucessor de Marcelo Morel. Em nota, o INEA informou que “está em andamento a substituição do gestor do Parque Estadual da Costa do Sol”.

— Na carta, manifestamos a necessidade da nomeação imediata dos gestores do PECS e da Apa do Pau Brasil (Cabo Frio e Búzios), tendo em vista o número grande de demandas existentes nestas unidades. Mostramos também a importância da manutenção de recursos materiais e humanos na gestão das unidades de conservação – acrescentou Noronha.

As invasões e queimadas são alguns dos problemas das áreas protegidas pelo PECS. O Plano de Manejo, aprovado somente em abril de 2019 sob pressão judicial, ainda não foi colocado em prática. O plano regulamenta a visitação pública do parque, abrindo-o para o turismo. O PECS, de proteção integral, e a APA também carecem de guarda-parques e de uma brigada para combate a incêndios florestais.

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Paulo Roberto Araújo fez sua carreira profissional no jornal O Globo. Prêmio CREA de Meio Ambiente, foi repórter e depois editor assistente (chefe de reportagem) da Editoria Rio durante 25 anos, com atuação voltada principalmente para o meio ambiente e o interior do Rio.