Covid-19: Mudanças nos hábitos de consumo e oportunidades para o agro foram discutidas em 1ª live do CNMA

Reunião online deu início aos debates do evento presencial, que será realizado em outubro

O mundo pós pandemia e as oportunidades do agronegócio brasileiro foram os temas que nortearam as discussões da 1ª live promovida pelo Congresso das Mulheres do Agronegócio – CNMA, na manhã de 08 de maio.

A reunião online, que reuniu mulheres inspiradoras do setor, enfatizou as mudanças em relação ao consumo de alimentos que será vivenciada após a Covid-19, as quais serão marcadas pela reformulação da consciência em relação à importância de uma boa alimentação na prevenção de doenças, bem como da sanidade na produção.

“Nos últimos 50 anos o agronegócio brasileiro tem aprendido a produzir em condições difíceis, mas que preparam o setor para este momento. Protocolos de sanidade alimentar e boas práticas na produção de animais, fatores que já fazem parte do dia a dia do produtor, serão determinantes no sucesso do setor frente aos novos hábitos que surgirão após a pandemia”, afirmou o professor e jornalista, José Luiz Tejon que foi um dos moderadores da mesa redonda virtual.

A mudança no comportamento do consumo também foi destaque na fala da jornalista e diretora de Desenvolvimento de Mercado para a América Latina do CME Group, Roberta Páffaro, que também moderou o encontro. “Sem dúvida, teremos um consumidor mais consciente em relação à segurança do alimento em todo o mundo. É fato que o consumo interno, devido ao isolamento social, terá uma redução considerável. Mas, por outro lado, a China continua comprando muito da nossa produção, o que é uma oportunidade para continuarmos crescendo mesmo com um cenário não tão positivo”, destacou.

O avanço das aplicações de protocolos sanitários na produção de animais foi destaque da fala da pecuarista e Mulher Promotora de Sustentabilidade e Bem-estar Animal, Carmen Perez, que reforçou a oportunidade de o Brasil se firmar como protagonista neste novo momento. “A parte sanitária está totalmente ligada aos processos de bem-estar animal e, neste ponto, o Brasil está mais do que preparado, pois nossos produtores já possuem a consciência da responsabilidade que carregam em relação à qualidade do produto que será oferecido ao mercado”, enfatiza Perez.

“Nosso compromisso com a sanidade da fruta já era algo presente nos processos de produção, sempre buscando oferecer ao mercado produtos seguros e com atenção para a higiene. Hoje nosso trabalho é mais intenso no sentido de conscientizar os colaboradores quanto à importância de se intensificar os cuidados não apenas nos processos da empresa, mas também no dia a dia em suas casas”, destacou a CEO do Grupo Junqueira Rodas, que atua em cana, laranja e pecuária, e fundadora da Prossiga Governança Familiar, Sarita Junqueira durante a live.

Para a presidente da SRB – Sociedade Rural Brasileira, Teresa Vendramini, este é o momento de fortalecer o agro para que o setor saia ainda mais forte e seguro deste momento. “Como entidade, estamos atuando ativamente em defesa do controle sanitário e da saúde, pois temos a certeza de que os próximos debates mundiais terão como tema central a reorganização da sanidade humana e animal. Nesse momento, a produção de alimentos no Brasil estará preparada e totalmente adequada aos novos parâmetros”, ressaltou.

O olhar do produtor

A agropecuarista e embaixadora do 5º CNMA, Sônia Bonato, que também participou do debate, relatou um momento bem positivo para a produção de grãos em Goiás, mas ponderou a insegurança do produtor quanto ao futuro. “Estamos trabalhando focados em não enfrentarmos uma paralisação e assim cumprirmos as janelas de plantio integralmente, mas a incerteza do futuro é um desafio para os produtores”, afirmou.

A preparação para o momento também foi destaque da fala da idealizadora do Grupo Mulheres de Raça do Agro e gerente de Relacionamento na Agrocria, Bruna Drummond. “Criamos internamente um comitê de crise que desenvolveu ações focadas na prevenção. Nosso foco hoje é atuar no fortalecimento das parcerias, pois sabemos que teremos pela frente um segundo semestre com uma economia bem instável”, destacou.

Comunicação do setor

Para encerrar a live, as participantes foram convidadas a falar um pouco sobre a forma com que o agronegócio deve encarar a comunicação com a sociedade mundial no pós-pandemia, visando reforçar seu comprometimento com a segurança alimentar.

“Há anos levo informação em forma de palestras presenciais, mas recentemente aderi às redes sociais e percebi a importância de sair da bolha e apresentar o que está sendo praticado para o mundo por meio dos canais digitais. O resultado tem sido bem positivo”, destacou Perez.

A CEO do Grupo Junqueira Rodas enfatizou a importância da comunicação do trabalho do agronegócio em um momento de tantas informações desconexas. “Em um mundo de fake News, a publicidade do agro mostrando a verdade é muito importante. Precisamos tornar público o que é praticado no setor há anos”, destacou Sarita.

“Mais do que comunicar nossas ações, temos que levar essa informação para fora do agro. Temos ainda poucas oportunidades de apresentar as evoluções do nosso setor para o mundo, mas quando elas aparecem temos que agarrar e aproveitar ao máximo”, finalizou a presidente da SRB.

Próxima live

A segunda live do CNMA está programada para o dia 10 de junho, das 10h às 11h30. Mais detalhes sobre os convidados e os temas abordados serão divulgados em breve.

5º CNMA

O 5° Congresso das Mulheres do Agronegócio – CNMA, que será realizado nos dias 27 e 28 de outubro no Transamerica Expo Center, em São Paulo (SP), terá nesta edição comemorativa como tema “Mulher Brasileira: A Voz Global” e espera reunir cerca de 2.100 participantes do Brasil e de outros países para debater o protagonismo feminino no setor. 

Novamente o evento será simultâneo à segunda edição do congresso YAMI – Youth Agribusiness Movement International, voltado aos jovens do agronegócio, que já atuam ou pretendem trabalhar no setor.

As inscrições podem ser realizadas pelo site www.mulheresdoagro.com.br/inscricoes.