Covid-19: o possível colapso do sistema funerário

7/5/2020 –

Diversos estudos indicam um aumento significativo do número de vítimas da Covid-19, ainda neste mês de abril.

A dramática experiência imposta pela pandemia do novo coronavírus tem sido ilustrada por imagens fortes transmitidas por emissoras de TV ou via internet. Mostram, por exemplo, caminhões militares lotados de caixões na Itália, um dos países mais afetados pela Covid-19; no Equador, corpos abandonados nas ruas, porque não havia número suficiente de ambulâncias, veículos funerários e locais para sepultar os mortos; no Brasil, exibiu-se um grande número de covas sendo abertas no chão de terra do Cemitério de Vila Formosa, em São Paulo. Entretanto, a previsão do Ministério da Saúde é de que o pico da doença ainda está para acontecer.

Caso a situação seja semelhante às dificuldades vividas por outros países, poderá até haver falta de vagas para sepultamentos. A possibilidade de se formar um quadro mais hostil vem sendo desenhada pela imprensa. Diversos estudos indicam um aumento significativo do número de vítimas da Covid-19, ainda neste mês de abril, o que levou a Prefeitura de São Paulo a ampliar em 55% a frota de veículos para traslado de corpos incorporou mais 20 carros para atender o Serviço Funerário. No total, o número passou de 36 para 56 automóveis, dos quais 10 estão reservados para o translado de corpos de vítimas ou suspeitas da Covid-19.

As medidas mais recentes da prefeitura de São Paulo preveem a criação de centro de informação, centro de logística para sepultamentos, locação de câmaras refrigeradas, contratação de novos coveiros, novas sepulturas, entre outros. Entre as ações está a abertura de agências funerárias dentro dos hospitais municipais e a possibilidade de as famílias contratarem diretamente serviços funerários privados – o que reduzirá em 20% a pressão em cima do SFMSP. Ocorreram a abertura de 13 mil sepulturas nos cemitérios da cidade de São Paulo: Vila Formosa (cerca de 8 mil, até o próximo sábado), Vila Nova Cachoeirinha (cerca de 2 mil), São Luís (cerca de 3 mil).

A prefeitura afastou 60% dos 257 sepultadores do Serviço Funerário Municipal por pertencerem ao grupo de risco – 60 anos ou mais – ou serem do grupo risco. Para garantir a prestação dos serviços, a Prefeitura contratou uma empresa privada para fornecer 220 profissionais temporários, que começaram a trabalhar no dia 30 de março.

Funcionários do Vila Formosa relatam que o número de enterros diários saltou mais de 45% nas últimas semanas. Metade deles está relacionada à Covid-19. A grande mídia informa que os cemitérios públicos da capital paulista recebem uma quantidade enorme de corpos por dia de pessoas que morreram com suspeita de contaminação pelo novo coronavírus, mas sem comprovação do teste laboratorial. Além disso, os enterros são rápidos, com cerca de 10 minutos.

Num cenário de agravamento, muitos municípios precisarão recorrer aos cemitérios particulares. Embora nem todos possam estar preparados para um eventual aumento de procura. Para isso, precisam ter túmulos ou gavetas disponíveis, insumos e pessoal suficientes. Eles, entretanto, deverão ser chamados pelas autoridades e poderão contribuir para minorar um eventual colapso do sistema funerário público e ainda oferecer um tratamento mais digno às famílias das vítimas, explica João Lopes de Oliveira, sócio-fundador do cemitério Colina dos Ipês.

Fonte dos dados: http://www.capital.sp.gov.br/noticia/prefeitura-de-sao-paulo-apresenta-plano-de-contingencia-e-novas-medidas-para-servico-funerario

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Redação
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