Saiba como a crise hídrica está prejudicando a produção de alimentos

A seca no Brasil já está afetando diretamente a economia do país, e consequentemente, o desenvolvimento da qualidade da colheita. Na região Centro-Sul do país, a crise hídrica acabou afetando grande parte do Brasil.

As regiões importantes para o setor de produção de alimentos já estão sentindo o impacto da seca nas lavouras e criações.

Entre os setores que estão passando por dificuldade, os agricultores de laranja e café começaram a combater a seca no ano passado, evitando problemas futuros. 

Entretanto, o feijão e a pecuária de leite e de corte passam, atualmente, dificuldades na produção com a falta de água. 

Para o gerente de consultoria, Guilherme Belotti, o consumidor está sendo o mais prejudicado no atual cenário do agronegócio, isso porque o produtor está enfrentando inúmeros problemas na produção, e a crise hídrica é apenas mais um obstáculo. 

Esses produtores estão tendo que lidar com o aumento do valor de energia e ração, o que acaba refletindo no preço do produto final e encarecendo alguns produtos nas prateleiras dos mercados.

Há vários fatores que podem refletir no preço final para o consumidor, como por exemplo, o controle de insetos que as grandes produtoras devem lidar diariamente, a fim de ter um controle de qualidade da produção. 

Além disso, é possível citar vários exemplos de aumento de custos das quais os agricultores estão tendo que lidar. Por isso, o gestor responsável pelos processos operacionais agrícolas e industriais deve conhecer bem suas decisões.

Afinal, até mesmo uma simples manutenção na câmara de ar de trator pode afetar a margem de lucro da empresa. Ou seja, todas as decisões que afetam financeiramente a empresa, devem ser estudadas com muito cuidado. 

Dessa forma, é importante lembrar também do custo de transporte que as produtoras precisam arcar, todos os alimentos que estão prontos para serem enviados passam por uma viagem longa até a mesa do consumidor. 

É como ter uma fábrica de carroceria florestal, onde os gastos vão além do desenvolvimento de chapas de aço. 

Em todo caso, o setor agropecuário procura cada vez mais formas de otimizar a produção, e com isso, ganhar tempo. 

Praticamente em todo negócio, as alternativas para ganhar relatórios otimizados e praticidade nos processos de trabalho são válidos. 

Nessa ocasião, o sistema de gestão de transporte, serviço que é prestado por empresas especializadas, visa diminuir custos altos de transporte para grandes empresas.  

Por que está chovendo menos?

A vida do brasileiro está ficando cada vez mais difícil com o aumento da conta de luz, falta de água nas torneiras e o aumento no botijão de gás. 

Para se ter uma noção da atual situação, foi emitido por um comitê de órgãos do governo federal que São Paulo, e mais cinco estados brasileiros enfrentam a pior seca em 91 anos.

De acordo com especialistas, há três fenômenos que estão causando a seca no país, são eles: o desmatamento da Amazônia, o aquecimento global causado pela queima de combustíveis fósseis e o fenômeno natural La Niña. 

Os estados que estão em estado de alerta, além do estado de São Paulo, são:

  • Minas Gerais;
  • Goiás;
  • Mato Grosso do Sul;
  • Paraná.

Em cada estado que está sofrendo com a seca, há algo em comum: além da crise hídrica, ambos possuem um sistema de alarme que serve como uma base operacional, a fim de prevenir estragos maiores. 

Em 2014, o paulistano presenciou o volume do Sistema da Cantareira atingindo 3,6% da sua capacidade, com isso, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) passou a operar bombeando água do volume morto. 

Como iniciou o problema?

O volume de chuva no primeiro trimestre deste ano, no Sistema Cantareira, foi o mais baixo desde o final da crise hídrica, em 2016. 

Como se já não bastasse, o nível de água ainda ficou abaixo do volume registrado no primeiro trimestre de 2013. 

Por isso a recarga dos mananciais com as chuvas do verão são de extrema importância, porque é através destas chuvas que há a possibilidade de atravessar os meses mais secos do ano. 

O desmatamento na Amazônia pode ser considerado o fator mais importante por desencadear a grande seca que a região central do Brasil está passando. 

O Estado de São Paulo, por exemplo, presenciou um fenômeno conhecido popularmente como “chuva preta”. Basicamente, o dia virou noite para os paulistanos. 

O ocorrido foi em agosto de 2019, e na época, os site de previsão do tempo noticiaram que a chuva ficou daquele tom devido às queimadas na região da Amazônia, estas mesmas queimadas foram trazidas pelo vento, e isso causou a escuridão na capital paulistana. 

Esses ventos são conhecidos como “ventos alísios”, eles vêm da região equatorial do oceano atlântico. 

A crise na Amazônia

Muitos sabem que a Amazônia está ligada ao ar que respiramos, porém, poucos sabem como funciona esse esquema. 

Os ventos alísio trazem umidade em sentido leste e oeste, logo, esses ventos chegam na Amazônia. Essa umidade acaba se tornando chuva, que hidrata o solo e é absorvida pelas grandes árvores locais. 

Após as árvores fazerem o processo de drenagem da umidade, elas devolvem para o ar todo clima úmido acumulado. 

Com isso, os ventos passam por todos os processos na Amazônia, eles seguem caminho em direção à Cordilheira dos Andes, onde há o encontro com as formações rochosas. 

Nesse momento, os ventos fazem uma curva que os direcionam para a região central do Brasil, chegando até as regiões Sudeste e Sul do país.

Ou seja, através do desmatamento da Amazônia, e com cada vez menos árvores, a expectativa de umidade para os ventos que viajam para estas regiões do país, será menor. 

Atualmente, há pessoas trabalhando arduamente na reconstrução das florestas que sofreram queimadas, porém, irá demorar anos para que estas novas árvores criem raízes capazes de desempenhar o papel das árvores mais velhas.  

A taxa de desmatamento na Amazônia voltou a crescer no ano de 2015, segundo o monitoramento de satélite gerenciado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. 

Desde então, 11 mil quilômetros quadrados em 2020 foram consumidos pelo desmatamento. Diante da ausência da chuva, o prejuízo estimado para as plantações chega a ser de U$1 Bilhão por ano. 

Conheça a fundo as consequências da seca 

O feijão é um dos tipos de alimentos que mais estão sofrendo com a atual crise hídrica do país, para se ter uma ideia, alguns produtores acabam desistindo da plantação por não haver água suficiente para irrigação. 

A segunda safra do feijão foi altamente prejudicada pela seca, que foi entre janeiro e abril deste ano. 

Com a dificuldade causada pela falta de água, alguns produtores desistiram de plantar a terceira safra entre maio e julho, conta Marcelo Eduardo Luders, presidente do Instituto Brasileiro do Feijão, Colheitas Especiais e Pulses. 

No Paraná, estado responsável por ser o maior produtor de feijão do país, houve uma redução de 20% da colheita da segunda safra, comparado ao mês de janeiro. 

Outro setor prejudicado foi o leite. Diante da seca, a qualidade das pastagens foi consideravelmente reduzida, dificultando a alimentação das vacas leiteiras. Logo, a produção de leite acabou sendo prejudicada. 

As pastagens mais secas afetaram diretamente a carne bovina, que por sua vez, resultou em uma menor oferta de gado de pasto. As carnes bovinas foram um dos alimentos que mais sofreram alteração no valor, devido a alta da ração dos gados. 

Diante disso, os serviços de alimentação que oferecem, por exemplo, frango, porcos e ovos como opção para clientes, tiveram que alterar o valor do produto devido ao aumento dos custos da ração. 

As lojas e mercados passaram a ter que administrar seus produtos de acordo com a quantidade que possuíam, devido a falta dos alimentos principais. 

Em alguns casos, o consumidor sentiu que houve uma falta na quantidade destes produtos, isso ocorreu devido ao sistema de controle financeiro e estoque que visa distribuir os produtos na melhor forma possível. 

Os produtores de arroz estão cada vez mais preocupados com o próximo plantio, pois a expectativa é que, se caso a chuva não encha os reservatórios, a área plantada irá diminuir, e logo a colheita será menor. 

A laranja foi um dos alimentos que foram menos afetados, porém, com a falta de chuva, os frutos cresceram muito abaixo da média. 

Geralmente, esses setores possuem um acompanhamento por meio de um software de logística que, por sua vez, tem a finalidade de cuidar da gestão dos processos logísticos, e garantir o controle aos custos envolvidos. 

Após a alta de certos custos em que os produtores estão tendo que lidar, a necessidade do software de logística para o acompanhamento dos custos se faz indispensável, quando se trata de economizar capital. 


Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.