Empresas de tecnologia e o consumo de água

Vivaldo José Breternitz

As grandes companhias da área de tecnologia da informação vêm se esforçando para melhorar sua imagem, desenvolvendo e tornando públicos esforços para combater a poluição do ar.

No início deste ano, a Microsoft anunciou que será carbon negative em 2030, ou seja, passará a retirar da natureza mais CO2 do que produz – isso será feito por meio da utilização de energia eólica e solar ao invés da gerada a partir de combustíveis fósseis.

Agora, a empresa disse que também até 2030 será water positive, ou seja, devolverá à natureza mais água do que consome. Para atingir esse objetivo, pretende restaurar nascentes e retirar asfalto de áreas próximas a lagos e cursos de água localizados principalmente nas proximidades de suas instalações.

A racionalização e a redução do consumo de água também estão nos planos da empresa; em suas novas instalações no Silicon Valley, 100% da água não potável virá do reuso e da coleta da água da chuva. Nas instalações mais antigas, a empresa pretende que água reciclada seja usada para jardinagem e refrigeração. Esse conjunto de medidas pretende economizar mais de 16 milhões de litros de água potável por ano.

A empresa pretende fazer campanhas de esclarecimento acerca do uso racional da água, dirigidas a pessoas e governos. Também pretende trabalhar em parcerias com ONGs buscando levar água potável a comunidades onde esse recurso não está disponível.

Em meados deste ano, o Facebook disse tomar medidas no mesmo sentido, especialmente melhorando os sistemas de refrigeração de seus data centers, pretendendo reusar cerca de 206 milhões de litros de água ao ano.

Esperemos que essas preocupações se espalhem entre empresas e a população, pois se nada for feito, aumentarão muito os graves problemas de abastecimento de água, que já ocorrem em alguns lugares do mundo.

Vivaldo José Breternitz é Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

continua após a publicidade
Artigo anteriorMercado de equipamentos industriais usados tem forte impacto positivo no meio ambiente
Próximo artigoCITROS: COM BAIXO VOLUME DE CHUVAS, CITRICULTOR SEGUE PREOCUPADO
Redação
Para falar conosco basta enviar um e-mail para redacaomeioambienterio@gmail.com ou através do nosso whatsapp 021 989 39 9273.