São Paulo – SP 23/11/2013 –
Quem ouve a voz doce da soprano Lis Huerta, 48 anos, não imagina as agruras vividas pela ex-usuária de crack que, há seis meses, decidiu dar um basta à vida marginalizada pelo vicio, vergonha e humilhação experimentadas ao longo dos 20 anos que a separaram da família, amigos e dignidade.
Aos 28 anos, Lis entrou em uma viagem que para muitos, termina em presídio ou morte prematura.
De uma simples curiosidade ao vício, a figura de mãe e profissional foi aos poucos sendo substituída pela de usuária de cocaína e álcool, afastando-a da convivência social e familiar e mantendo-a cada vez mais distante da vida tranquila e estável que ela havia planejado para si e para os filhos.
Após seis anos de entrega às drogas, ela procurou os familiares e amigos em busca de ajuda, que se mobilizaram para interná-la em uma clínica de recuperação. Nos dez anos seguintes, Lis permaneceu sóbria, mas em contato constante com a iminência de uma recaída, luta diária travada por todos os ex-dependentes.
Bastou, no entanto, um momento de fragilidade para que o inimigo vencesse a batalha levando-a ainda mais fundo no caminho tortuoso e vil da dependência química.
Lis voltou às ruas, à fome e à miséria extrema. Dormiu no chão, comeu lixo, perdeu tudo o que lhe mantinha conectada à sociedade e a realidade que outrora vivera. Foram quatro anos intensos, de acesso a todo o tipo de devassidão humana, de uma existência sem qualquer outro propósito senão manter-se 24 horas drogada, em total alienação.
Esgotada, física e mentalmente, ela foi aos poucos se dando conta dos danos que causara ao seu corpo, que a sensação de euforia que a droga trazia fora substituída por mal estar e que finalmente seu organismo estava sucumbindo a tantos anos de abusos. Cabia a ela escolher entre permanecer viva longe da toxicodependência ou entregar-se de vez à morte que naquele momento, mostrava-se inevitável.
Acolhida pela mãe, peça fundamental na senda da recuperação, Lis luta atualmente para resgatar tudo o que somente a sobriedade é capaz de lhe oferecer: o amor dos filhos, o respeito da sociedade e da família, o apoio de amigos, a saúde, o bem estar e, principalmente, a autoestima.
Há seis meses ela dedica-se diariamente a manter a recaída apenas como uma possibilidade remota, sabendo que esta será uma luta a ser enfrentada até o final da sua vida. E para vencê-la, faz terapia, frequenta a igreja e entrega-se de corpo e alma à música, estudando canto e ensaiando para sua apresentação com a Orquestra de Bandolins de São Paulo nos meses de novembro e dezembro.
Curiosamente, a época do ano e o repertório não poderiam ser mais propícios para compartilhar a sua história: o renascimento da esperança cantada por alguém que viu neste sentimento tão nobre, a saída para uma vida plena e feliz.
Orquestra de Bandolins de São Paulo
Soprano: Lis Huerta
Coral Convidado: Cantate Domino
Dia 24 de novembro as 19:45
Capela da PUC
Rua Monte Alegre, 948, Perdizes – São Paulo – SP – CEP 05014-001
Dia 01 de dezembro
Mosteiro São Bento
A confirmar
Dia 03 de dezembro – Horário a confirmar
Sociedade Filarmônica Lyra
R. Otávio Tarquínio de Sousa, 848 – Campo Belo – São Paulo – SP
Para obter mais informações sobre a trajetória de Lis Huerta ou solicitar entrevistas, entrar em contato com:
Regina Lopes
Criativos Ilimitada
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11-98035-9512
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