Garra e ambição para ser brilhante

O que você quer ser quando crescer? O fato é que todos ouvem essa pergunta na infância e, dentro do enorme leque de possibilidades, cada um escolhe como respostas algo que deixa o seu coração mais feliz.

Ao longo da vida, os argumentos mudam, porque nem sempre o caminho escolhido aos seis anos permanece o mesmo. Afinal, no mundo atual há uma enorme variedade de profissões e tipos de trabalho que nem imaginamos existir.

Mas esse não foi o caso de Daniel Toledo. O empresário que hoje mora nos Estados Unidos, é fundador da Toledo e Advogados Associados. Nascido no Brasil, trabalha desde os 13 e na infância já sabia qual caminho seguiria. “Sempre tive vontade de ser advogado. Meu pai era engenheiro e tinha uma construtora, mas sempre precisava de um perito para avaliar imóveis e, por isso, transitava neste universo jurídico. E também alguns escritórios renomados contratavam o meu pai para realizar pericias e ele ficava orgulhoso por ser requisitado para atender empresas tradicionais, o que somou ainda mais força para que eu escolhesse o direito. Afinal, que filho não espera ganhar o reconhecimento do próprio pai?”, recorda.

Diferente dos demais universitários que não perdem um agito fora das aulas, Daniel não participava de festas, sempre focado no objetivo de aproveitar ao máximo as aulas. “Como eu já trabalhava, tinha que acordar as 6h da manhã e por isso estudava a noite. Era chegar em casa e dormir para começar tudo de novo. No quarto ano, passei no concurso para a procuradoria do Estado e depois, trabalhei no Ministério Público onde fiquei até terminar a faculdade. Estudar só era possível de madrugada”, recorda.

A escolha acertada rendeu vários prêmios ao advogado. Um deles, o “Lawyers of Distinction em 2017” e o “Expert Network” que homenageia empreendedores. Ganhou reconhecimento de diversas entidades e associações comerciais brasileiras.  “Mais do que ser um profissional de destaque, acredito que a verdadeira realização está presente no resultado que consigo trazer para cada projeto”, revela o advogado.

Os Estados Unidos começaram a fazer parte da vida do advogado quando ele foi estudar na Eckerd College, em St Petersburg na Flórida. Lá, cursou especialização em negócios internacionais e relações internacionais. “Foram dois certificados que conquistei paralelamente. Eu tinha 23 anos e foi uma experiencia sensacional, aprendi muita coisa nova e me familiarizei demais com as características e peculiaridades dos americanos. Foi um aprendizado para toda a vida, porque tive a oportunidade de conhecer realmente como as coisas funcionavam neste país. São lições que trago comigo até hoje”, reflete. 

No quarto ano, passou no concurso para estagiário da procuradoria do Estado e depois, trabalhou no Ministério Público onde ficou até terminar a faculdade. “Estudar só era possível de madrugada”, recorda.

De volta para o Brasil e próximo de completar 25 anos, abriu o primeiro escritório. Um dos casos mais marcantes foi um processo contra uma instituição financeira. “Ninguém queria atendê-lo. Tratava-se de uma causa referente a fraude, o que gerou um prejuízo na casa dos 520 mil reais. Transformei essa dor de cabeça em uma indenização de 14 milhões porque consegui enxergar brechas e falhas que passaram despercebidas dos demais advogados. Ganhamos em todas as instancias. Os advogados que representavam o banco faziam parte dos três maiores escritórios do país e eu estava sozinho até o fim. E ganhamos”, recorda Daniel.

Sempre seguiu estudando. Na época, cursou especialização em tributação no mercado financeiro pela Fundão Getúlio Vargas, umas das instituições mais renomadas e respeitadas no Brasil, e depois fez MBA em direito.

Daniel atuou também como Diretor da Instituição Toledo de Ensino, uma das mais tradicionais faculdades do interior de São Paulo, que pertence a sua família há 60 anos.  “Fiquei por lá sete anos, o que também contribuiu de forma significativa para a minha formação. Aprendi, na prática, todas as questões que envolvem uma empresa familiar, seus problemas, políticas e soluções”, recorda.

Empreender nos Estados Unidos

A ideia surgiu em 2003, logo depois que o pai de Daniel faleceu. Inicialmente, ele achava que era possível usar a estrutura já disponível para internacionalizar a empresa e passar a construir também no exterior.  “Eu já estava atento a uma possível mudança no cenário político mundial, que se confirmou com a crise de 2008. E por isso, acreditava que aquele era o momento de começar a expandir o leque, o que deu muito certo”, recorda.

As atividades iniciaram em dezembro de 2004. A data foi um marco em sua história de vida, porque foi a partir deste momento que passou a estreitar relacionamento comercial com a cultura norte-americana. “Era uma loucura, ficava indo e voltando direto.  Mas isso funcionou bem durante muito tempo, até que eu resolvi me mudar de vez. E confesso que foi de uma forma inesperada, porque eu nunca imaginava que eu iria ficar definitivamente”, explica o advogado.

Um dos fatores que o levou a isto foi quando o filho, Raphael Toledo, disse que gostava muito do lugar. “Ele tinha quase cinco anos. Também coincidiu com o fato que ele ama basquete e realizou alguns testes em times e passou. A partir daí, mudei totalmente a minha ideia e projeto de vida, passei a me estruturar para ficar de vez”.

E a cidade de Miami conquistou o coração do empresário. Antes, ele pensava em morar em Orlando, mas não se identificou com o que o local oferecia. “Precisava de um lugar com grande fluxo de negócios e com pessoas com vontade de empreender e movimentar o mercado. Eu queria acesso a portos também, cerca de 30% de todo o dinheiro do mundo passa por Miami, todos os anos”.

O primeiro escritório era localizado em Downtown, junto com o sócio Albert Stewart, que já se aposentou.  Mas em pouco tempo, viu a necessidade de deslocar a estrutura para uma região mais ao norte. “Foi muito difícil por conta do custo, mas eu tinha como meta um lugar para que eu pudesse me estabelecer e que não precisasse mudar a todo tempo, como algumas empresas fazem – o que particularmente acho péssimo.  Ter uma base estruturada em um endereço estratégico é fundamental para que o cliente acredite no seu negócio”, defende Daniel.

Com o objetivo de sempre apontar as melhores soluções de investimentos ou novos projetos, o advogado desenvolveu o hábito de observar o mercado e suas movimentações atentamente e falhas, mas também aposta no instinto. “Em cada lugar ou esquina que passo, analiso como as coisas estão sendo feitas e, a partir deste ponto, levo para situações do dia a dia e me questiono o que falta para melhorar, seja uma prestação de serviço mais adequada ou uma total reformulação. E não me apego a tempo, busco a melhor estrutura para um determinado negócio e vou em frente”.

O empresário precisa ter uma capacidade para se adaptar rapidamente as mudanças, e para ele, dominar essa habilidade é um grande diferencial. “O grande jogador não é aquele inicia a partida com boas cartas nas mãos, mas aquele que ganha o jogo com as cartas que recebeu”, aposta o diretor.

Brasil – mágoas ficaram no passado

Daniel explica que tem uma dívida moral, profissional e de coração com os Estados Unidos.  “Faço questão absoluta de pagar todos os meus impostos, e não me lamento, até porque devo muito a este país que me acolheu e que abriu portas que jamais serão fechadas.  Desde que vim para Miami as pessoas passaram a me respeitar mais, se comparado a época que morava no Brasil”, desabafa o advogado.

Além do escritório na capital de São Paulo, em 2019, o advogado abriu mais uma unidade também em Santos, litoral de São Paulo, mas lamenta o atual cenário que o Brasil está. Ele confessa que já teve mágoas, porque todo o seu potencial de inovação e empreendedorismo poderiam impulsionar o desenvolvimento de sua terra natal. “Seria impossível fazer pelos brasileiros o que faço pelos americanos. Os políticos impõem uma alta carga tributária, taxas absurdas, uma série infinita de encargos. Nunca pude ter o carro que eu queria por dois motivos, ou aceitava pagar o seu valor, que era três vezes mais, ou teria que blindá-lo.  Os engenheiros e demais especialistas envolvidos no processo levam anos estudando para desenvolver um veículo com desempenho excepcional e o seu motorista, para fugir da violência, coloca 300 quilos de blindagem. No final das contas, alguém sempre vai te roubar”, desabafa.

Daniel mantem um canal no YouTube com mais de 64 mil seguidores. Os vídeos, repleto de dicas para quem pretende morar, estudar ou investir no exterior, está na contramão do sensacionalismo e traz um retrato fiel da realidade para quem pretende migrar. “Quero desmistificar algumas coisas que as pessoas colocam que é muito fácil e simples e que a filosofia do vem para cá que dá tudo certo, ou indicações do melhor investimento do mundo, podem ser uma verdadeira furada. Sabemos que determinadas coisas não funcionam bem daquele jeito e propagar isto é um desserviço para quem busca informação”, avalia.

A definição do sucesso para Toledo é chegar em casa e ver que conseguiu trazer para a sua família aquilo que saiu de manhã para buscar, seja um conforto ou uma realização financeira. “Conquistas materiais são muito bacanas, reconhecimento profissional também, mas nada supera o respeito e admiração que ganhamos daqueles por quem saímos para batalhar todos os dias. Por isso, me mantenho próximo a minha essência. Faço escolhas que não me afastem de quem sou. Se você tem, no fundo da sua alma, vontade de ser bem-sucedido, não se deixe acomodar por problemas que tentarão freá-lo no caminho. É o que acredito e penso”, finaliza.

*Daniel Toledo é advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em direito internacional, consultor de negócios internacionais e palestrante. Para mais informações, acesse: http://www.toledoeassociados.com.br ou entre em contato por e-mail daniel@toledoeassociados.com.br. Toledo também possui um canal no YouTube com mais de 64 mil seguidores    https://www.youtube.com/danieltoledoeassociados com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente. 

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