Existem muitos meios de se buscar realizar ações sustentáveis nos condomínios, eu mesmo já falo sobre isso no blog Condomínios Sustentáveis desde 2010, quando decidi ajudar outros síndicos e gestores divulgando as ações isoladas que eu mesmo implantei no condomínio em que morava, mas ainda não tinha a noção de como sistematizar e circularizar as ações, as aquisições e as contratações de serviços.
Nesse tempo, comecei a me dedicar a gestão condominial e, em meados de 2013, já trabalhando como especialista em gerenciamento de serviços, descrevi o primeiro modelo formal de gestão condominial,cuja material foi disponibilizado a época, porém nesse momento o foco era a eficiência, satisfação dos condôminos e redução de falhas, ainda que já existiam elementos voltados a sustentabilidade, saúde e bem estar, não havia o pensamento cíclico.
Ao conhecer e me envolver com a teoria e prática da Economia Circular, mais uma vez revisitei os processos descritos e assim, creio ter alcançado um modelo mais completo e abrangente, que alcance tanto a eficiência, satisfação dos condôminos e redução de falhas quanto estar aderente à economia circular em todas as etapas dos processos. A EC não se trata de um processo definido e sim uma metodologia e alinhamento inseridos desde a formulação de diretrizes, nas aquisições, nas contratações, no descarte, na análise de necessidade real, na virtualização, na automação, na detecção precoce de falhas, nas obras, no desperdício entre tantos outros.
Desta forma tenho a certeza de que a implantação dos modelos e processos de gestão em qualquer condomínio pode ser viável, sem onerar financeiramente os moradores, entregar serviços de excelência e ainda assim cuidar das pessoas e se preocupar com o meio ambiente.
Atualmente a tecnologia aliada ao planejamento permite irmos cada vez mais de encontro com o modelo sustentável ótimo, pensando nos detalhes, virtualizando e automatizando processos, fazendo mais por menos.
Não basta ter processos
Para o sucesso da execução de qualquer atividade, é fundamental a existência de 3 elementos, que sozinhos não são capazes de garantir a eficiência, o tripé: processo, ferramenta e pessoa.
Ou seja, pode-se gastar milhões com sistemas de segurança e não treinar as pessoas e não haver processos, ou ter lixeiras separadas mas os funcionários misturam no momento de entregar a coleta pública de resíduos.
O mesmo acontece no caso de existirem processos definidos, pessoal treinado mas nao possuir as ferramentas ou sistemas que deem suporte. São absolutamente complementares e necessários.
Mais uma vez bato na tecla do planejamento, sem conhecimento, sem horas de dedicação, sem a consulta de especialistas qualquer iniciativa está fadada ao fracasso, que resulta em desânimo e frustração.
Destaco, como no artigo anterior, o planejamento da capacidade, que suportado com uma massa consistente de dados, uma pessoa com amplos conhecimentos poderá orquestrar o condomínio a atender todas as demandas legais, ambientais e humanas.
A massa de dados advém do mapeamento da infraestrutura, histórico de chamados, histórico de compras, avaliação das aquisições de rotina, vida útil dos produtos, tempos de execução e de resposta a solicitações, quantidades de chamados, demandas futuras e outros tantos, que servirão não somente como base para a gestão da capacidade como para outras necessidades para a tomada rápida de decisões.
Hoje já existem as ferramentas de automação e gestão de ciclo de vida de serviços que suportam os processos e metodologias de treinamentos gerenciais e de força de trabalho, completando os 3 elementos fundamentais, para a realização das atividades cotidianas aderentes à EC, saúde, segurança e bem estar.
Lembre-se que ser sustentável vai muito além de possuir lixeiras coloridas. Pense, reflita, busque informações e planeje, terei sempre o prazer em ajudar.