Novas orientações para exames de próstata em debate

    Rio de Janeiro, RJ 25/11/2013 – Diferente da mulher, que tem a cultura de ir frequentemente ao médico desde cedo, o homem muitas vezes só marca uma consulta quando sente algo errado.

    Neste mês de ações conscientizadoras a respeito da saúde masculina, a Sociedade Brasileira de Urologia aumentou de 45 para 50 anos a recomendação para o exame de próstata. Para o oncologista Cristiano Guedes Duque, do Rio de Janeiro, ainda que pareça, a medida não é contraditória, dentro da programação do Novembro Azul.

    “O câncer de próstata é pouco frequente nesta população com idade entre 45 e 50 anos. Por isso, o rastreamento nesta faixa etária não seria eficaz”, explica.

    Para o oncologista, há uma segunda e controversa discussão: o INCA, ao contrário da SBU, não recomenda o rastreamento, que é a realização de exames em pessoas saudáveis, sem sintomas, para o câncer de próstata, qualquer que seja a faixa etária.

    “Muitas pessoas, sem qualquer tipo de queixa, realizam exames de rastreamento, como o PSA, podendo apresentar resultados um pouco alterados. Consequentemente, as mesmas podem ser submetidas a uma biopsia, que possui risco de infecção e sangramento. Com certa frequência, este procedimento terá sido desnecessário, pois muitos destes homens nunca irão desenvolver um câncer agressivo”, diz Cristiano, que atua no INCA e na Oncoclínica, no Rio de Janeiro.

    Muitos homens vivem com um câncer indolente, isto é, de crescimento muito lento, sem saber disso e jamais apresentar qualquer sintoma da doença. “O sentido da indicação do INCA é evitar que, em casos como esse, a pessoa passe por uma radioterapia ou um procedimento cirúrgico, que podem levar a complicações mais graves que o próprio tumor”, explica o médico. Por outro lado, muitas vezes um câncer agressivo pode se desenvolver de forma silenciosa, sendo diagnosticado apenas em um estágio avançado, sendo esta a principal justificativa da SBU para a indicação do rastreamento em homens assintomáticos. Pessoalmente, o oncologista afirma que prefere analisar caso a caso, explicando a cada paciente os possíveis riscos e benefícios deste rastreamento.

    Para Cristiano, campanhas como o Novembro Azul servem para que o homem passe a se preocupar mais com sua saúde como um todo, não somente com o câncer de próstata. “Diferente da mulher, que tem a cultura de ir frequentemente ao médico desde cedo, o homem muitas vezes só marca uma consulta quando sente algo errado. Acredito que campanhas como essas funcionem”, completa.

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