Pandemia avança na Amazônia ameaçando povos e comunidades tradicionais

Famílias enfrentam coronavírus com falta de acessibilidade 

A pandemia do novo coronavírus tem causado sérios impactos na vida dos povos tradicionais. De acordo com um estudo da Ecam, realizado em julho, de um total de 60 comunidades analisadas, 46 apresentaram risco alto, muito alto e altíssimo e apenas 18 foram classificadas com risco moderado. 

Na avaliação da geógrafa e coordenadora de projetos da Ecam, Meline Machado, evidenciar as realidades das populações tradicionais é de extrema importância. “É importante ressaltar que essas comunidades estão dentro de um grupo vulnerável. As pesquisas realizadas apoiam no direcionamento das ações prioritárias. Diante desse cenário, é fundamental ajudar todas as comunidades, inclusive as que apresentam risco moderado, para evitar que a pandemia tome proporções ainda maiores”, destaca Machado. 

Outro obstáculo para as comunidades tradicionais, principalmente em tempos de pandemia, é a falta de acesso à saúde, saneamento básico e mobilidade. Segundo uma pesquisa realizada pelas próprias comunidades quilombolas com o apoio da Ecam,  Conaq, Google Earth Solidário Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), a maioria das residências destinam o esgoto para fossa séptica, que são unidades de tratamento primário de esgoto doméstico.  

Para acesso a água, 55% dos entrevistados afirmou usar poço artesiano, enquanto apenas 22% usam a rede pública. “A maioria das comunidades estudadas acessa água via poço artesiano e tem tratamento da água feito com cloro, isso quando disponibilizado”, explica Meline. 

No Brasil, mais de 650 mil famílias se declaram povos tradicionais no Brasil, de acordo com um levantamento do Ministério Público Federal. Esse dado abrange quilombolas, indígenas, ribeirinhos, extrativistas, pescadores, entre outros povos. Dados atuais do movimento CONAQ, demonstram que há, aproximadamente, 16 milhões de quilombolas por todo país. (Fonte: CONAQ).   

Para saber mais sobre o impacto da Covid-19 nas comunidades tradicionais, acesse o estudo completo aqui.

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