PARAPENTES VOLTAM A COLORIR O CÉU DE CHARITAS

Os bons ventos voltaram, cinco meses após o início da pandemia do novo coronavírus. Numa terça-feira com sol de verão e vento norte, os pilotos de parapente voltaram a praticar o voo livre saltando do Parque da Cidade e pousando no campo da Praia de Charitas. Os voos individuais foram autorizados na semana passada, mas somente nesta terça-feira o vento norte favoreceu o esporte. Mais de 20 pilotos coloriram o céu de Charitas pela manhã.

Com a flexibilização, os voos individuais foram autorizados de terça a sexta-feira (na segunda o Parque da Cidade não abre e a prefeitura manteve a proibição do esporte nos sábados, domingos e feriados) para evitar aglomeração. Os instrutores não estão satisfeitos porque os voos duplos continuam proibidos. Cada um custa em torno de 400 reais e há uma fila de mais de 20 candidatos esperando a autorização para saltar do Parque da Cidade.

Um dos pioneiros no esporte em Niterói, Luciano Miranda, de 65 anos, pratica o voo livre há quase 40 anos. Ele recorda que tudo começou, há pouco mais de 20 anos, com a asa delta, hoje fora de moda:

— O pessoal do voo livre que incrementou o turismo no Parque da Cidade. Antes deles, as pessoas tinham medo de subir o Morro da Viração porque não havia movimento. Hoje as pessoas sobem para admirar a paisagem e também para ver os saltos. Outros assistem os pousos em Charitas. Entre os pilotos, muitos cariocas e moradores de outras cidades – explica Luciano, que pede à prefeitura que coloque lixeiras no campo de pouso.

Fotógrafo profissional, com passagem pelos grandes jornais, Alaor Filho não voava há seis meses.

— Com oito anos de voo, nunca passei tanto tempo sem voar. Já saltei de várias rampas pelo Brasil, mas continuo achando que o voo de Niterói, embora não sendo longo, é o mais bonito do Brasil.

Em sua última reunião, representantes da União dos Síndicos de Charitas (USC) decidiram pedir à prefeitura a execução de um projeto para levar melhorias ao campo de Charitas, em frente à igreja Lagoinha. Além do campo de pouso dos parapentes, o local reúne escolinhas de futebol mirim e aeromodelismo (aos sábados, domingos e feriados). Com a pandemia, o local vem sendo muito procurado por famílias que vão contemplar o pôr do sol na Baía de Guanabara.

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Paulo Araújo
Paulo Roberto Araújo fez sua carreira profissional no jornal O Globo. Prêmio CREA de Meio Ambiente, foi repórter e depois editor assistente (chefe de reportagem) da Editoria Rio durante 25 anos, com atuação voltada principalmente para o meio ambiente e o interior do Rio.