Peró pede aos banhistas para não alimentarem as gaivotas

Moradores, comerciantes e ambientalistas do Peró, em Cabo Frio, saíram na frente e lançaram uma campanha para que os banhistas não alimentem as gaivotas. O problema vem se agravando depois que muitas pessoas adotaram o hábito de oferecer biscoito, batatas fritas e outras guloseimas para as aves para posar numa fotografia. Em busca de comida fácil, agora as gaivotas estão atacando as mesas até mesmo de quem não adota a prática condenada pelos biólogos. E que é um tisco principalmente para as aves, idosos e crianças.

Como foram em vão os pedidos para que as autoridades responsáveis pelo Meio Ambiente fizessem campanhas educativas, os comerciantes deciram entrar na luta iniciada pelos movimentos Amigos do Peró e Ondas do Peró. José Antônio Moreira, síndico do Praia do Peró Apart Hotel, com apoio dos condôminos, mandou instalar uma placa no acesso à praia pela Avenida dos Pescadores. O Quiosque de Mauro Sorriso instalou outra no acesso pela Rua Aqualung (posto do G-Mar).

— Já vi gaivotas atacando mesas e até os garçons dos quiosques. É um problema ambiental que precisa ser tratado com ações e seriedade. Depois que colocamos a placa, felizmente diminuiu o número de pessoas dando alimento às gaivotas. O constrangimento público é a multa mais pesada — disse José Antônio Moreira.

O ataque das gaivotas ocorre com maior frequência na área urbana do Peró, certificada com a Bandeira Azul — selo internacional de qualidade ambiental. Mário Flávio Moreira, biólogo, também condena a atitude de quem alimenta gaivotas e também os pombos:
— Esta ação não é boa nem para as gaivotas, nem para quem as alimenta. Batatas e biscoitos têm muita gordura e carboidratos. As aves precisam de proteína animal, que encontram nos peixes. Como elas buscam alimento fácil, se acostumaram com o que é oferecido pelos banhistas — lamentou o biólogo.

O problema será uma das questões que moradores e ambientalistas vão levar na terça-feira ao secretário de Ordem Pública de Cabo Frio, coronel Ruy França. Eles vão pedir o apoio da Guarda Municipal à campanha de conscientização dos banhistas. O trabalho deveria ser feito pelo Meio Ambiente, mas a Prefeitura reduziu de seis para um o número de “agentes azuis” que cuidam da fiscalização ambiental na Bandeira Azul. A remontagem da equipe foi pedida ao prefeito José Bonifácio, mas ele não atendeu. A comunidade vai pedir o apoio do MPF.

No encontro com o coronel Ruy França, a comunidade também vai pedir o funcionamento efetivo do telefone de emergência 153 (para os banhistas acionarem a fiscalização); a volta do projeto Bike Orla (patrulhamento com bikes e motos); aumento do efetivo da Guarda Municipal no Peró; e, ordenamento do trânsito nas vias do Peró e nas vias de acesso ao Peró, Ogiva, Ilha do Japonês e Conchas.