PERÓ PEDE MAIS SEGURANÇA NA REABERTURA DOS HOTÉIS

O pedido de policiamento ostensivo para a área turística do Peró será reiterado, nesta quarta-feira, pelo Secretário de Turismo de Cabo Frio, Paulo Cotias, que confirmou a autorização da prefeitura para a reabertura, a partir de hoje, dos hotéis e pousadas, além dos quiosques do Peró. O atendimento, contudo, só poderá ser feito apenas no calçadão com os cuidados recomendados pela Secretaria de Saúde. A praia continua interditada, sendo permitidos apenas os esportes individuais.Os moradores e ambientalistas também reclamam da falta de policiamento por parte do Comando de Policiamento Ambiental (CPAM) nas áreas de preservação do Peró.

O mesmo pedido também foi reiterado pelo presidente da Associação de Hotéis, Gastronomia, Comércio e Turismo de Cabo Frio (ACF), Carlos Cunha, e pela presidente do Conselho Comunitário de Segurança, Patrícia Cardinot, que também preside a Associação Comercial de Cabo Frio. Eles reforçaram o a solicitação que vem sendo feita, há anos, pelo trade turístico e pelos moradores do Peró:

— No momento que estamos reabrindo, ainda que timidamente, o turismo em nossa cidade, precisamos ainda mais da segurança pública. O perfil de nosso turista mudou com a pandemia. Agora recebemos muitas famílias, em busca de sossego, paz e, principalmente locais seguros, tanto em relação à violência quanto a saúde. De nada adianta os meios de hospedagem seguirem rígidos protocolos sanitários se o hóspede é assaltado ao sair do hotel – apelou Carlos Cunha.

Dirigente do Hotel La Plage, um dos maiores de Cabo Frio, na orla do Peró, Cunha acrescentou que o bairro precisa de uma atenção especial em função do aumento do número de visitantes, atraídos pela visibilidade da Bandeira Azul, que tem na segurança um dos requisitos. No início da noite de terça-feira, duas turistas mineiras, uma estudante de Direito e outra de Medicina, foram vítimas de assalto, praticado por dois homens que usavam uma moto, na Avenida dos Pescadores:

— Não é de hoje que pequenos furtos são comuns no bairro. É de se destacar que, os últimos acontecimentos vêm ocorrendo na orla, local que deveria ser o mais cuidado de todos por atrair muitos turistas e moradores – disse Cunha.

Após o assalto, as vítimas usaram o celular de uma moradora para pedir auxílio à PM, às 18h30m, pelo telefone 190. Foi em vão, pois a ligação caiu no Centro de Operações da PM, no QG da corporação, no Rio. O atendente deu um telefone de Cabo Frio, onde ninguém atendeu. Pelo rastreador dos celulares, foi possível ver que os assaltantes circularam pelo bairro Cajueiro por quase uma hora e por fim se esconderam numa comunidade do Jardim Caiçara, distante do Peró.

Patrícia Cardinot informou que levará o caso diretamente ao comandante do 25º BPM (Cabo Frio), coronel Rodrigo Ibiapina.

— Vou marcar uma reunião com o comandante para que possamos debater a reclamação dos hoteleiros, comerciantes e moradores. Tenho certeza de que, pela ética e comprometimento do coronel Ibiapina, ele já está cobrando responsabilidades cabíveis – previu Patrícia Cardinot, acrescentando que o problema do telefone 190 é complexo, antigo e que precisa de uma solução por parte do comando geral da PM.

Há um abaixo assinado, com quase 500 assinaturas, pedindo a presença da PM no posto da Praça do Moinho, que foi construído pela prefeitura para ser um ponto-base da PM. O local é ocupado apenas por guardas municipais. As vítimas do assalto elogiaram o bom atendimento na delegacia de Cabo Frio.

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Paulo Roberto Araújo fez sua carreira profissional no jornal O Globo. Prêmio CREA de Meio Ambiente, foi repórter e depois editor assistente (chefe de reportagem) da Editoria Rio durante 25 anos, com atuação voltada principalmente para o meio ambiente e o interior do Rio.