Políticas climáticas federais estão em retrocesso no Brasil desde 2015 e a situação foi agravada ao extremo a partir de 2019

Tema será discutido no Foro Inteligência do próximo dia 10

A 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26) termina no próximo dia 12, mas a pauta ambiental continua a ser o centro das atenções. Com base nisso, no próximo dia 10, às 19h, será realizada mais uma edição do Foro Inteligência, desta vez com o tema “O Brasil e a agenda ambiental: potência, pária ou ameaça internacional?”. O palestrante convidado será Eduardo Viola, pesquisador sênior do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), professor e pesquisador sênior do Centro de Estudos Globais do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais (IREL), da Universidade de Brasília, e professor sênior da Escola de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas.

Para Viola, em termos gerais, as políticas climáticas federais estão em estagnação ou retrocesso no Brasil desde 2015, situação que foi agravada ao extremo a partir de 2019. “A reversão da imagem extremamente negativa do Brasil de Bolsonaro é muito difícil. O mundo verá como positivas as últimas medidas anunciadas, de adesão às declarações sobre desmatamento; de diminuição em 30% das emissões de metano até 2030; e do aumento da meta de redução de emissões no mesmo período, de 43% para 50%. Mas, o decisivo mesmo será implementar essas medidas, e o mundo continua cético a respeito da postura do Governo”, afirmou

O pesquisador destacou que o Brasil vem sofrendo pressões, particularmente da União Europeia, desde 2019 e dos Estados Unidos (no governo Biden), no sentido de tomar medidas efetivas para combater o forte desmatamento da Amazônia. “Apesar de essa pressão ter gerado, nos últimos meses, alguma mudança na retórica do governo, não houve correspondência com ações efetivas. Entre 2005 e 2012, tivemos um extraordinário avanço no controle do desmatamento, com custos mínimos, ou seja, sabemos como fazer. Mas precisamos de um presidente que tenha sensibilidade para essa questão, o que pode ocorrer a partir de 2023 com uma política similar à daquele período”, explicou.

O Foro Inteligência é uma parceria entre o BRICS Policy Center e a Insight Comunicação. E o intuito dos encontros é ampliar o debate sobre assuntos estratégicos e manter aberto um canal de comunicação com os países emergentes Rússia, Índia, China e África do Sul, tratando de temas de amplo interesse. São curadores do Foro, os professores Christian Lynch, IESP-UERJ e editor da revista Inteligência, Paulo Esteves e Marcio Scalercio, professores do IRI-PUC e pesquisadores do BRICS Policy Center.

Em eventos anteriores, o Foro Inteligência contou com a participação de Octavio de Lazari Jr., presidente do Bradesco; Rubens Ricupero, diplomata e ex-ministro; Conrado Hubner, professor de Direito na USP; e Jacqueline Muniz, cientista política e professora da DSP/UFF; em encontros que trataram, respectivamente, sobre os desafios dos grandes bancos, a diplomacia da vacina, a politização nas Supremas Cortes e controle da ação policial em democracias.

Palestra: O Brasil e a agenda ambiental: potência, pária ou ameaça internacional?
Data: 10 de novembro, quarta-feira
Horário: 19h
Para fazer inscrição, clique aqui
Inscrições gratuitas

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