Quarentena e investimentos: quais são as previsões

A pandemia do coronavírus deve provocar uma recessão global neste ano e mudar toda e qualquer previsão de crescimento da economia em 2020. Aqui, você vai entender o que os especialistas em economia preveem para os próximos meses de crescimento do surto e mesmo após o controle da doença causada pelo novo coronavírus.

Realizar investimentos em 2020 é um ato que deve ser muito bem pensado. As casas de análise estão acompanhando as quedas das bolsas no mundo inteiro após a expansão do coronavírus por todos os continentes do planeta. Economistas preveem que todos os países, principalmente, os mais afetados devem entrar em recessão nos próximos meses. 

Coronavírus deve trazer mudanças significativas nas economias do mundo atual

Especialistas em relações internacionais apontam que com as medidas tomadas por governos de todo o mundo para conter o avanço do novo coronavírus em seus países devem resultar em dois pontos: a diminuição do PIB, ou seja, a riqueza mundial deve desacelerar em 2020. 

No longo prazo, a expectativa é que tanto governo como empresas também mudem seus formatos de produção e meios de comercialização de produtos e serviços. A previsão que os países mais ricos como a China e os Estados Unidos  devem injetar dinheiro em empresas de países com menor potencial financeiro. 

De acordo com as previsões, países menores como o Brasil, a Itália, a Espanha e a Argentina, por exemplo, devem ver diversas pequenas empresas quebrarem em seus países. Com isso, as grandes empresas com capital para suportar os estragos feitos pelo coronavírus na economia, devem aproveitar o espaço deixado para angariar mais clientes e frear a recessão.

Para os economistas, é quase que unânime que o haverá uma recessão global em 2020. Com os países produzindo menos do que em 2019, a tendência de retração do PIB é de 3,1% em comparação com 2019, segundo uma pesquisa da consultoria Thomson. 

Os dados também apontam que os países mais ricos e as empresas com maiores reservas devem se recuperar mais rapidamente do impacto negativo causado pelo novo coronavírus. Isso deve acelerar a concentração de riqueza global, colocando os demais países em empresas em uma recuperação bem lenta por conta da perda de espaço no mercado.

Principais ações e investimentos na quarentena

As quedas nas Bolsas de Valores de todo o mundo estão crescentes, semana após semana. Na última semana, o Ibovespa obteve uma queda de 18,8%, pior desempenho desde outubro de 2008, logo após a crise de 2008 por conta da falência dos principais bancos de negócios americanos.

As lembranças da última grande crise já assustam economistas. Alguns deles temem que a nova recessão gerada pelos efeitos da pandemia de coronavírus seja ainda maior do que a recessão de 2009. Em um Brasil, com medidas de isolamento social e estado de calamidade pública decretada, os impactos negativos devem trazer uma nova recessão.

Ações de empresas como a Smile Fidelidade, a CVC e a Azul tiveram grandes quedas de valor nesta semana, com desvalorização de 59,72%, 46,51% e 44,15%, respectivamente. Mesmo com as baixas na maioria das ações, existem ações que subiram na última semana. 

Ações do Atacadão, por exemplo, subiram 18,01%, especialista apontam que a alta se deve a quarentena, que fez com que muitas famílias começassem a estocar alimentos e produtos de limpeza e higiene em casa.

As ações de outras empresas do setor de alimentos como o Grupo Pão de Açúcar e drogaria como a Raia Drogasil subiram nesta última semana. Estas empresas estão ligadas diretamente ao surto de coronavírus e são responsáveis por prover remédios e alimentos aos brasileiros.

Brasil deve perder ainda mais força na economia 

Economistas apontam que o principal problema do Brasil neste momento é a indefinição dos principais setores do mercado nacional. Para o economista Paulo Dutra, da Faap, o país precisa repensar seus centros de produção, fazer uma abertura comercial e adotar uma política de investimentos em inovação para ganhar em competitividade com empresas estrangeiras.

Países ricos devem ficar ainda mais ricos

Com a diminuição do PIB a nível global, os países mais ricos devem passar a concentrar ainda mais riqueza após a pandemia.  Estados Unidos e China, principalmente, devem ser os países a despontar nesse novo cenário econômico mundial pós-pandemia. 

Economistas apontam que países emergentes como o Brasil devem seguir o exemplo da China para se recuperarem no longo prazo e fortalecerem seus mercados internos. Dutra afirma que a receita da China para se tornar uma potência mundial foi o investimento em tecnologia e leis para a atração de novos investimentos. 

Os países emergentes devem buscar novas maneiras de se inserirem no mercado mundial. Após o surto, os países mais ricos devem procurar expandir seus investimentos e seus fornecedores, evitando a dependência, e com isso, o Brasil, forte em diversas commodities pode aproveitar as oportunidades para evitar um agravamento maior da economia.

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