Reintrodução de catetos e queixadas no Parque das Lauráceas garante sobrevivência das espécies no Paraná

O presidente da Associação de Pesquisa e Conservação da Vida Silvestre- Criadouro Onça Pintada, o médico Luciano do Valle Saboia, reuniu-se com o diretor-presidente do IAT (Instituto de Terra e Água do Paraná), Everton Souza, para pedir a renovação da licença para a reintrodução dos catetos e queixadas no Parque Estadual das Lauráceas, uma das unidades de conservação da biodiversidade do Estado, localizado na região dos municípios de Adrianópolis, Bocaiúva do Sul e Tunas do Paraná.

Já em andamento desde 2008, como parte do Plano de Conservação para Espécies de Mamíferos Ameaçados, o projeto aguarda renovação do IAT para garantir a sobrevivência das espécies nas matas remanescentes.

O cateto (Pecari tajacu) e a queixada (Tayassu pecari) foram reproduzidos em cativeiro pelo Criadouro Onça Pintada, localizado no município de Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, onde existem cerca de 500 animais aguardando a renovação da licença para serem reintroduzidos no parque.

Em 110 hectares, o criadouro abriga dois mil indivíduos, entre onças pintada e parda, cotia, anta, tamanduá, macacos, gato-do-mato, cervo, bugio, quati, variedade de pássaros, inclusive em extinção, além de milhares de plantas nativas.

Saboia explica que a reintrodução destes animais só terá eficácia, garantindo a sobrevivência das espécies, se tiver continuidade e se for feita com a maior rapidez possível. “O Parque Estadual das Lauráceas é o lugar ideal para que isso aconteça porque tem capacidade de receber todos estes indivíduos. Mas perderemos todo o trabalho se a reintrodução não tiver continuidade”, comenta.

Segundo o presidente do Criadouro Onça Pintada, os últimos quatro anos, 120 catetos e queixadas foram reintroduzidos pela instituição, em unidades de conservação, mas o número é insuficiente. Durante dois anos, as 20 câmeras-trap (que serão ampliadas para 40, em 2022), instaladas pelo Criadouro, no Parque das Lauráceas não registraram a presença destes animais, em uma área equivalente a 4 mil hectares (12% do parque), evidenciando a urgência da soltura dos animais o mais rapidamente possível.

O IAT tem parecer prévio autorizando a soltura, mas ainda será necessária a apresentação de uma atualização dos dados, com a previsão da reintrodução dos catetos e queixadas. “A importância do projeto é inegável. Contem com o IAT no que for possível para ajudarmos a preservar estas espécies”, disse o presidente Everton Souza. Da reunião, participaram ainda o assessor do deputado estadual Luiz Guerra, Gilmar Cardoso; a gerente de Bidiversidade do IAT, Patricia Calderari; e a bióloga Tauane Menezes.

Preservação da fauna e flora

O Criadouro Onça Pintada segue os padrões exigidos pelo Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e colabora para a preservação e perpetuação da fauna e da flora silvestres do país.

Por sua filosofia conservacionista, o local não é aberto ao público como um zoológico convencional e as visitas são proibidas. Tudo para manter a tranquilidade dos animais.

Além das parcerias com instituições públicas e privadas, o Criadouro Onça Pintada conta com o apoio de empresas e da comunidade para doações. O local também recebe ecovoluntários que podem permanecer nos alojamentos e trabalhar com tratadores, biólogos e veterinários após um treinamento. Além da mão de obra, é necessário contribuir com recursos para a manutenção do projeto.

Como ser um ecovoluntário

Para ser um ecovoluntário é necessário gostar da natureza e dos animais, ter idade mínima de 18 anos, ter paciência, saber trabalhar em equipe e preencher o formulário de inscrição em Criadouro Onça Pintada.

Durante a estadia, os voluntários podem ajudar no preparo da alimentação dos animais, tratamento e recuperação, limpeza dos recintos, estufa para cultivo de plantas que visam à produção de folhas e frutos usados na dieta dos animais e acompanhar a rotina das aves, mamíferos e répteis sob a supervisão de profissionais especializados.

A intenção da Associação de Pesquisa e Conservação da Vida Silvestre é ampliar as atividades do Criadouro Onça Pintada e, por meio da divulgação dos trabalhos, obter a ajuda de mais patrocinadores para que a riqueza dos recursos ambientais e científicos sejam compartilhados com entidades de pesquisa e com a sociedade.

continua após a publicidade
Artigo anteriorAmericanas S.A. expande frota de veículos elétricos para mais cinco estados e DF
Próximo artigoPalmeiras x Atlético-MG: Confira as escalações e onde assistir
Vagner Liberato
Para falar conosco basta enviar um e-mail para redacaomeioambienterio@gmail.com ou através do nosso whatsapp 021 989 39 9273.