Retomada das ações do Projeto Albatroz

Base avançada do projeto fica no campus da Universidade Veiga de Almeida (UVA) e conta com a participação de alunos de Engenharia e Comunicação Social

Estão sendo gradativamente ampliadas as atividades de monitoramento e pesquisa realizadas no campus Cabo Frio da Universidade Veiga de Almeida (UVA), onde fica localizada a única base do Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, no Rio de Janeiro. A principal linha de ação do projeto é o desenvolvimento de pesquisas para subsidiar políticas públicas e a promoção de ações de educação ambiental junto aos pescadores e às escolas da região. Para tanto, conta com parceria dos alunos da Engenharia de Produção, Ambiental, Civil, Gestão Ambiental, Jornalismo e Publicidade, que integram o Programa de Iniciação Científica (PIC UVA).

Os albatrozes, junto com os petréis, formam o grupo de aves mais ameaçado do mundo. Considerados soberanos no céu, no mar eles são vulneráveis devido a atividade pesqueira. A captura não intencional é o principal fator de mortalidade. “Ao tentar retirar as iscas dos anzóis, as aves acabam sendo fisgadas e arrastadas para o fundo do mar, morrendo afogadas”, explica Eduardo Pimenta, coordenador do curso de Gestão Ambiental da UVA. Para evitar que isso aconteça, o Projeto Albatroz realiza pesquisas científicas nos portos e a bordo de barcos de pesca, desenvolvendo políticas públicas nacionais e internacionais em prol da conservação, além de atividades de educação ambiental e sensibilização.

A parceria da universidade com o Projeto Albatroz, iniciada há sete anos, gerou importantes avanços no trabalho de monitoramento, pesquisas e educação ambiental. No total, existem 22 espécies de albatrozes e todas elas estão ameaçadas de extinção em algum nível, de acordo com a Lista Vermelha da União para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês). Segundo dados do Acordo para a Conservação de Albatrozes e Petréis (ACAP), estima-se que 40 mil albatrozes morrem todos os anos pela interação com a pesca ao redor do mundo. No Brasil, das várias espécies de albatrozes que interagem com a pesca de espinhel pelágico, seis estão ameaçadas.

A pandemia da covid-19 não impediu a manutenção das pesquisas e do projeto, que foram realizadas de forma virtual. Recentemente foram promovidas duas atividades de educação ambiental e sensibilização com a participação dos alunos e pesquisadores da UVA: O primeiro encontro do curso para educadores ambientais com o Programa Bandeira Azul, e uma roda de conversa com pescadores da frota semiartesanal da Associação de Pescadores do Rio São João.

Eduardo Pimenta explica que as atividades de monitoramento de cais e as pesquisas científicas são importantes não só para manter a preservação da espécie, mas para conservar os oceanos. “O Brasil é signatário de um acordo internacional que visa diminuir a pesca acidental de albatrozes. Para isto é importante a conscientização”, ressalta.

Agora em setembro, um sonho antigo dos idealizadores do Projeto Albatroz começa a ganhar vida com o início da fase de licitação para a construção da sede do Centro de Visitação Pública e Educação Ambiental Marinha (Centro Albatroz), que ficará no entorno da base de pesquisa da universidade. “Será uma grande oportunidade para nossos alunos atuarem em diversas frentes, como nas atividades de educação ambiental, desenvolvimento de turismo, ampliação de pesquisas e apoio para geração de renda e negócios”, destaca o professor.

O Projeto Albatroz atualmente tem bases nas cidades de Santos (SP), Itajaí e Florianópolis (SC), Itaipava (ES), Rio Grande (RS), Natal (RN) e Cabo Frio (RJ).

Para saber mais acesse: https://www.projetoalbatroz.org.br

Artigo anteriorCampanha mobiliza artistas e levanta R﹩ 2 milhões para brigadas de combate a incêndios no Pantanal
Próximo artigoProteção antimicrobiana em produtos de plástico: Será que vale a pena investir?
Avatar
Para falar conosco basta enviar um e-mail para redacaomeioambienterio@gmail.com ou através do nosso whatsapp 021 989 39 9273.