A agricultura está passando por uma revolução tecnológica com a introdução de um robô autônomo inovador, projetado para lidar com duas das tarefas mais desafiadoras do campo: o controle de ervas daninhas e o plantio de mudas. Desenvolvido por uma equipe da ETH Zurich, este robô promete aumentar a eficiência e a sustentabilidade da produção agrícola, reduzindo a dependência de herbicidas químicos e a necessidade de trabalho manual intensivo.
O robô, apelidado de “Daisy”, é capaz de identificar e remover ervas daninhas de forma autônoma, utilizando uma combinação de sensores avançados, algoritmos de visão computacional e um braço mecânico preciso. Além disso, Daisy pode plantar mudas de maneira eficiente, garantindo que cada planta seja posicionada com precisão para otimizar o crescimento.
“A inovação central do Daisy é sua capacidade de executar tarefas complexas no campo sem a necessidade de intervenção humana constante”, explicou Markus Bill, líder do projeto na ETH Zurich. “Isso representa um grande avanço para a agricultura de precisão e pode transformar a forma como cultivamos nossos alimentos.”
Daisy opera utilizando uma série de câmeras e sensores que criam uma imagem detalhada do solo e das plantas. Através de inteligência artificial, o robô distingue entre ervas daninhas e culturas desejadas, removendo as primeiras com um braço mecânico equipado com ferramentas específicas. Este método de controle mecânico das ervas daninhas elimina a necessidade de herbicidas, que são prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana.
“O controle de ervas daninhas é um dos maiores desafios para os agricultores, especialmente aqueles que buscam métodos mais sustentáveis e orgânicos”, disse a Dra. Linda Kübler, especialista em robótica agrícola na ETH Zurich. “O Daisy oferece uma solução eficiente e ecológica, que pode ser especialmente benéfica para pequenas fazendas e operações orgânicas.”
Além de sua capacidade de remover ervas daninhas, Daisy também pode plantar mudas com grande precisão. Utilizando sensores para medir a umidade do solo e outros parâmetros, o robô determina o local ideal para cada muda e a planta em um padrão otimizado para maximizar o espaço e os recursos. Esta precisão no plantio não só melhora o rendimento das culturas, mas também reduz o desperdício de sementes e insumos.
“O plantio preciso é essencial para maximizar a produtividade agrícola e minimizar o impacto ambiental”, afirmou Bill. “Com Daisy, os agricultores podem garantir que cada planta tenha o melhor início de vida possível, o que se traduz em colheitas mais saudáveis e abundantes.”
A implementação de robôs autônomos como Daisy também pode ajudar a mitigar a escassez de mão-de-obra agrícola, um problema crescente em muitas regiões do mundo. Ao assumir tarefas repetitivas e fisicamente extenuantes, esses robôs permitem que os agricultores concentrem seus esforços em outras áreas importantes de sua operação.
“A automação na agricultura não é apenas sobre eficiência; é também sobre permitir que os agricultores tenham mais controle e liberdade em suas operações”, destacou Kübler. “Com a tecnologia avançada de Daisy, os agricultores podem focar em práticas de gestão e inovação que antes não eram possíveis.”
O desenvolvimento do Daisy está alinhado com a crescente demanda por práticas agrícolas sustentáveis e de alta tecnologia. À medida que a população global continua a crescer e os desafios climáticos se intensificam, soluções como esta se tornam cada vez mais críticas para garantir a segurança alimentar e a proteção ambiental.
A equipe da ETH Zurich está atualmente testando o Daisy em uma série de ambientes agrícolas para refinar suas capacidades e preparar o robô para a comercialização em larga escala. O futuro da agricultura pode muito bem ser definido por robôs como Daisy, que combinam inteligência artificial, automação e sustentabilidade para criar uma nova era de produção de alimentos.
“Estamos apenas começando a explorar o potencial do Daisy e de robôs autônomos na agricultura“, concluiu Bill. “O impacto dessa tecnologia pode ser profundo, ajudando a criar um sistema alimentar mais eficiente, sustentável e resiliente para o futuro.”
Fonte: Tech Xplore, 12 de junho de 2024