Em 2023, a Terra registrou um aquecimento sem precedentes, com 92% desse aumento de temperatura atribuído a atividades humanas. Contudo, um novo estudo envolvendo 57 cientistas internacionais não encontrou evidências de uma aceleração significativa nas mudanças climáticas além do esperado aumento devido ao consumo de combustíveis fósseis.
Desenvolvimento Os cientistas utilizaram métodos aprovados pela ONU para analisar as causas do calor recorde do ano passado. Eles concluíram que, apesar do rápido aquecimento, não há sinais de um ponto de inflexão ou de uma aceleração drástica nas mudanças climáticas. Piers Forster, autor principal do estudo e cientista climático da Universidade de Leeds, afirmou: “As temperaturas estão aumentando e piorando exatamente como previmos.”
Em 2023, a taxa de aquecimento atingiu 0,26 graus Celsius por década, ligeiramente acima dos 0,25 graus do ano anterior. Embora essa diferença seja mínima, ela representa a maior taxa de aquecimento já registrada. Forster e seus colegas atribuíram essa elevação principalmente ao acúmulo de dióxido de carbono resultante do uso de combustíveis fósseis.
Impactos e Reações
A cientista climática Andrea Dutton, da Universidade de Wisconsin, que não participou do estudo, ressaltou a importância de ações políticas para enfrentar as mudanças climáticas: “Escolher agir sobre o clima tornou-se um ponto de discussão política, mas este relatório deve lembrar as pessoas de que, na verdade, é uma escolha para salvar vidas humanas.”
O estudo também destacou que 2023 foi 1,43 graus Celsius mais quente que a média do período entre 1850 e 1900, com 1,31 graus desse aquecimento atribuídos a atividades humanas. Os 8% restantes devem-se a fatores naturais, como o fenômeno El Niño e variações climáticas aleatórias.
Projeções Futuras
Os cientistas alertaram que, se o uso de carvão, petróleo e gás natural continuar, a Terra pode atingir o limiar internacionalmente aceito de 1,5 graus Celsius de aquecimento em aproximadamente 4,5 anos. Isso corrobora estudos anteriores que preveem que o planeta estará comprometido com pelo menos 1,5 graus de aquecimento até o início de 2029, caso as emissões não sejam reduzidas.
Este estudo sublinha a urgência de medidas eficazes para reduzir as emissões de carbono e mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Embora não haja evidências de uma aceleração drástica, o contínuo aumento das temperaturas representa um desafio crítico para a humanidade. Ações políticas decisivas são necessárias para garantir um futuro sustentável e seguro para as próximas gerações.