Uso de tecnologia auxilia a identificar precocemente doenças no rebanho leiteiro e reduzir perdas econômicas

Evento online promovido pela Allflex reuniu especialistas que abordaram os desafios que os produtores enfrentam no período de transição e como é possível transpor esses problemas

Como a tecnologia de monitoramento animal pode ser uma aliada dos produtores de leite na identificação de doenças de forma precoce na fase de transição, e tornar a atividade ainda mais eficiente e produtiva. Esses foram alguns dos aspectos abordados no webinar “Uso de recursos de inteligência animal e o impacto na saúde”, promovido pela Allflex, líder mundial em identificação e monitoramento animal, no dia 16/06. O evento reuniu especialistas do setor, como o professor doutor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Rodrigo de Almeida; a médica-veterinária do Grupo Apoiar, Ana Rita Ferreira Moura; o gerente de monitoramento Latam da Allflex, Luciano Lobo e o coordenador de demanda da MSD Saúde Animal, Rafael Luiz da Silva.

De acordo com o estudo apresentado pelo professor doutor Rodrigo Almeida, que estima os prejuízos econômicos que as doenças em período de transição trazem aos produtores, o impacto econômico de mastites, por exemplo, pode custar cerca de R$ 1.629 em primíparas e R$ 2.132 de prejuízo se a vaca for multípara. Já os custos associados à hipercetonemia podem chegar a R$ 585 por animal e hipocalcemia clínica pode causar prejuízos da ordem de R$ 1.200/vaca.

“Por isso, usando esses aparelhos de monitoramento e correlacionando ao tempo de ruminação é possível identificar de forma precoce os animais que terão hipercetonemia, por exemplo, no início da sua lactação, pois já apresentam uma queda de consumo nos dias que antecedem o parto. O que nos chama atenção é que, embora a manifestação da doença esteja entre cinco e dez dias pós-parto, é possível notar que as vacas que apresentam hipercetonemia e mais alguma enfermidade são as vacas que mostraram consumo deprimido no pré-parto e que demoram a restabelecer um padrão em tempo de ruminação”, explicou Almeida.

“Rebanhos que perdem animais nos primeiros 60 dias do pós-parto estão fazendo algo errado. Esse é um dos principais indicadores usados para monitorar o sucesso do período de transição das vacas”, alertou o professor.

Como as tecnologias podem auxiliar os produtores?

Segundo a médica-veterinária Ana Rita Ferreira Moura, muitas vezes, o profissional chega à fazenda e já se depara com quadros graves de doenças. Nesse sentido, a tecnologia de monitoramento vem para antecipar esses quadros.

“Pelo monitoramento, para sabermos que uma vaca está entrando em trabalho de parto, é possível correlacionar as informações de queda de ruminação e aumento de desconforto do animal. Nisso, o sistema nos gera um alerta pelo cruzamento de informações, indicando que a vaca está entrando em trabalho de parto”, explicou.

Ela ainda ressaltou que pelo monitoramento animal é possível mensurar o conforto do lote. “Para manter os animais em temperaturas menores que 39,1ºC (considerado limítrofe para conforto térmico) precisamos de aspersão e ventilação, tanto em pista de trato como em sala de resfriamento”, apontou.

A especialista também ressaltou a importância de se monitorar animais no pós-parto, pois, por meio da tecnologia, é possível identificar se a vaca está se recuperando de forma adequada, por exemplo. “Podemos perceber que a ruminação do animal após o parto fica em torno de 400 minutos e vai aumentando ao longo dos dias, o que é esperado de um animal saudável. Ao acompanharmos a evolução de uma vaca que não tem problemas na transição, com 21 dias de DEL ela já está produzindo 40 litros de leite, o que indica que está recuperada e saudável”, exemplificou.

“Já um animal que possui problemas no pós-parto vai demorar mais dias para atingir a produção ideal de leite. Com a queda constante de ruminação, o sistema emite vários alertas de saúde, que podem indicar uma cetose, por exemplo, quando é necessária uma intervenção ou exame clínico desse animal”, completou.

“Partindo de problemas reais é mais fácil atribuir um valor ao problema e com isso dimensionar os recursos que podemos investir na solução. E se não entendemos e nem quantificamos os problemas que temos na produção leiteira não tem como solucionarmos. Por isso, é importante monitorar para buscarmos as soluções e assim conseguirmos o máximo potencial produtivo dos animais”, finalizou.

O conteúdo completo do workshop pode ser acessado em: https://bityli.com/zZFle

continua após a publicidade
Artigo anteriorComo as empresas podem sobreviver sem se endividar na pandemia
Próximo artigoZukerman vai leiloar 46 imóveis no Rio de Janeiro em junho com preços abaixo do valor de mercado
Redação
Para falar conosco basta enviar um e-mail para redacaomeioambienterio@gmail.com ou através do nosso whatsapp 021 989 39 9273.